sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O Reino Desencantado

Era uma vez um reino desencantado onde há muito tempo atrás, na verdade, não somos tão velhos assim, existia um povo cheio de convicções, que não cedia as pressões e que estava disposto, até, a perder sua vida por amor daquilo que acreditavam.
Ora, se era um reino desencantado por que eles tinham tanto prazer em viver?
Se suas convicções lhe custariam a vida, porque continuar vivendo nesse reino?
Na verdade o fato é que essas pessoas sabiam quão miseráveis eram e de que modo assombroso e totalmente amável foram salvos.
Sabiam que se não fosse a Graça de Deus estariam condenados a morte eterna.
Para eles o mundo havia perdido seu encanto;
Para eles, nada podia comprar o que gratuitamente haviam recebido.
Para eles, morrer servindo a Cristo, era a forma mais justa de viver uma vida que já não mais os pertencia.
Quem são esses para quem a própria vida havia perdido o valor a ponto de se importar mais com o próximo do que consigo mesmo?
Quem são esses que chegaram ao ponto de dizer que a verdadeira e imaculada religião para com Deus é: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.
Quem são esses que perseveravam unânimes todos os dias na casa do Senhor, e partiam o pão de casa em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração?

Onde estão aqueles que seu nível de intimidade com Deus não era medido pelo que tinham ou pelo número de orações respondidas e, sim, pelo quanto O serviam em amor?
Tenho saudades do futuro porque sei que passarei a eternidade ao lado do meu amado, mas enquanto estou aqui estou iludido com esse mundo e as facilidades que a “religião” me oferece, o que tenho feito?
Na verdade, com tudo o que temos e ganhamos, estamos perdendo tempo e oportunidades…
Amar a Deus sobre todas coisas é também amar Sua vontade acima da condição em que vivemos.
Será que vivemos por nós através Dele? Ou vivemos por Ele e para Ele?
Vivo num Reino Desencantado porque suas cores já não me chamam mais atenção, porque os seus fascínios perderam a força, meus olhos já não brilham mais quando o vejo.
Hoje, os necessitados ganharam cores, hoje, o impío tem movido o coração dos justos a amar e, o órfão, tem brilhado aos olhos dos filhos da justiça.
Vivemos numa sociedade tão permissiva que não é necessário termos mártires. Mas é nossa obrigação termos o coração de um mártir.
Se não for assim que sentido tem a vida? Se essa vida que hoje vivo, vivo por causa Dele, porque não viver então somente para Ele?
Não fomos criados para a independência, fomos gerados para uma viva esperança, esperança de um dia vê-Lo assim como somos vistos.
Papai ama a intimidade, e gera a esperança de ter-nos como no dia da criação: inteiramente para Ele.
Na verdade essa busca desenfreada por conquistas e realizações a qualquer custo é saudade do Éden, saudade de ser completo e realizado Nele, saudade do colo do Papai.
Quanto mais perto, menos rejeitado. Quanto mais perto, menos iludido com o mundo. Quanto mais perto, mais apaixonado e assim conhecendo mais Seu coração.
Então numa fração de segundos vislumbramos quanto amor Ele tem por nós e o quanto se importa com os seus, haja vista com aqueles que ainda não O confessaram…
Ah, mas quando o grande dia chegar, seremos reconhecidos pelo olhar, pelas mãos calejadas e por um coração incendiado.
Imagino-O com um sorriso nos lábios e os olhos marejados de uma santa saudade, vindo ao nosso encontro com braços fortes num abraço apertado, sem dizer nada, como quem quer dizer: Valeu a pena filho!
…Ah, quando o grande dia chegar…
Tenho saudade do futuro!
Naquele dia terá valido a pena todo sofrimento, terá valido a pena ter negado a si mesmo, terá valido a pena aqueles que perderam suas vidas num campo missionário, terá valido a pena a rejeição dos homens, terá valido a pena não ter conquistado tudo o que queríamos por querer servi-Lo intensamente, terá valido a pena ser fiel!!!
Se ao chegar no final de minha vida eu talvez perceber que não possuo nada em minhas mãos, saberei então que não poupei nada e tudo entreguei por causa do meu amado!

by Peter Quintino (Ministério Ipiranga)

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